Andressa Anholete/31.08.2016/Framephoto/Estadão Conteúdo |
A decisão faz parte do inquérito contra o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), que apura se o tucano participou de uma suposta maquiagem nos dados
sobre o Banco Rural enviados ao colegiado em 2005.
No mesmo dia em que o inquérito sobre Aécio foi aberto, em 3 de
maio, servidores do Senado transportaram documentos de uma sala da CPI para a
Coordenação de Arquivo do Senado. Uma semana depois, o Senado divulgou nota
informando que o transporte dos documentos partiu de um pedido do gabinete do
tucano.
Aécio alegou que estava colhendo elementos para apresentar a sua
defesa no Supremo. Foram transportadas 46 das quase 1.000 caixas que compõem o
acervo da CPI.
O objetivo dos investigadores da PF é analisar os vídeos para
identificar o servidor responsável por levar as caixas e o itinerário pelo qual
passou o carrinho com documentos da CPI. Mendes também mandou que sejam
comparados os números das caixas transportadas com os que foram pedidos no
ofício encaminhado por Aécio pedindo acesso aos documentos, além de que o Banco
Rural apresente cópias de todos os documentos encaminhados a CPI. A decisão do
ministro do STF é do dia 4 de outubro, mas só foi publicada hoje.
A denúncia contra Aécio é fruto do acordo de delação premiada do
senador cassado Delcídio Amaral, que foi o presidente da CPI dos Correios,
ativa entre 2005 e 2006. Segundo Delcídio, Aécio tentou, por intermédio de
outras pessoas, convencê-lo a prorrogar o prazo de entrega de documentos do
Rural à CPI como pretexto de que, se não fosse assim, o banco não teria tempo
de atender às ordens da comissão. Na decisão de hoje, Gilmar também formalizou
a situação de Delcídio como investigado.
Em seu depoimento, Delcídio disse que um dos interlocutores de
Aécio teria sido o hoje prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes que na época
era deputado federal pelo PSDB, também um dos alvos do inquérito, junto com
Clésio de Andrade.
— Que os dados atingiriam em cheio a pessoas de Aécio Neves e
Clésio Andrade, governador e vice-governador de Minas Gerais.
Além deles, Delcídio citou ainda o deputado Carlos Sampaio,
afirmando que ele sabia da tentativa de maquiar os dados, porém ele não é
investigado no STF.
FONTE: R7
FONTE: R7
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